quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Visões de um Cego

Penso, logo existo. Não?...Não acho que resisto
Ao misto quente que aguça a minha mente
A luz alimenta-se de frutas, multidões, árvores e furacões
De ti, de mim, de nossos corações
Egocêntricos na essência por aquele tipo de visão
De um velho índio cego que até agora não entendeu o verbo olhar
Seria como magoar, alguém que tentasse explicar
Que o maracujá é belo enquanto teus olhos o observam
Agradeçamos a luz, por nos deixar enxergar
Outros relevos, um diferente patamar
Mas não nos limitemos a apenas com a luz enxergar
Há tantos outros meios, tantos mais a testar
E me recuso a listar
Porque receita de bolo é só a mamaẽ que dá
Sem mencionar, que o que venho descobrindo
É tão óbvio como respirar de baixo do mar
Sem qualquer maquinário ou tecnologia de outro planeta
Respirando normalmente como uma sereia
Flutuando como o barco no horizonte
Que funde-se com o barulho da onda que se quebra na areia.
Quando o sol se por, a luz tende a ir embora
Desperta-me tais sentidos pois agora
O que me incomoda é a escuridão lá de fora
Fique atento, se aqueça
Submeto-me às bilhões de células para que não te esqueça
Elas te fazem, me fazem toda essa beleza, de pensarem em sincronia
Terem idéias com tanta maestria, que desmereceria
Tornaria uma mesquinharia, uma falta de sensatez minha
Julgar que meu atos são puros boatos de minha consciência de mulato
Quanta falta de tato, desperdiçar anos-luz de tempos
E achar que já sou um animal racional de fato.

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