quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

SOMA

Ela queria pintar o mar, fotografar o céu, um poema recitar
Fez artes plásticas, curso de fotografia e aulas de filosofia
Tudo o que queria ela ia e fazia
Todavia, um sentimento dela não se esvaía
Ela se sentia plena e vazia
Era de aquário, mas de sagitário se sentia
Amava o dia mas a noite era quando saía
"Maldita dualidade!" - Ela dizia


E no dia-a-dia sendo, foi. Fazendo, fez. Vivendo, viveu
Experimentou paixões conhecendo as desilusões
Percebeu o lado sombrio das razões
No qual, seja no ódio ou amor, bate incontrolado o mesmo coração
E comandado, o lábio beija a testa 
Noutra hora com pressa pronuncia difamação
Tantas dúvidas em questão, descritas em pinturas, fotografias e poesias
Só expressão


Dentre as subtrações que lhe ensinaram o valor
Das multiplicações que contribuiu com louvor
As imensuráveis divisões feitas sem pudor
O amor lhe preencheu com fulgor
E em seu último momento de vida
Ela era tudo e mais nada, compreendia
E não se sentindo mais vazia
"Eu sou soma!" - Ela dizia



-- Tandarilho

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