sábado, 8 de fevereiro de 2020

Jardineiro Complacente

Marte não é tão longe assim
Só que quando voltei parecia que tudo estava no fim

A água tinha gosto de sacanagem retorcida
A areia judiada de pegadas estava vencida
Uma fruta-pão com glúten se assumia
E no café da manhã o alérgico psicossomático morria

Me assustar não faria diferença
Cara feia era máscara da sentença
Na qual o baile permitia e eu não quis desavença
Tratei de tirar os olhos e fui na crença

E percebendo pela essência pude averiguar
Que o restaurante vendia pedra, mas era ouro ao cobrar
Meu jantar precisou ser música e fui me saciar
Com o vento de maître e o sol sommelier tratei de me acalmar

O lugar perecia mas era indulgente
Quase todos estrangeiros, muita gente
Apelei a Deus todo clemente
Estou no lugar certo ou é loucura da mente?

Calma essa alma filho fulgente
Disse a voz que não se ouve, se sente
Me acalmei, respirei e fui presente
Pude entender e compreender que o tempo é algo surpreendente

Estive longe e foi rápido pra mim
Outro se apaixonaram pelo lugar, a vida é assim
E sem minha presença o lugar se permitia, mas sem dizer sim
Tudo acontecia porém tratei de dar fim

O dono musical do jardim tinha aterrissado
Parecia coadjuvante mas era dono do cercado
O lugar deveria ser usado só por abençoados
E na poda do cultivo sendo ousado
Limpando, cortando e adubando os maltratados
Percebi! Todos precisavam apenas ser amados.

--Tandarilho


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