quarta-feira, 24 de março de 2010

Invisível

As vezes eu acho que eu tenho certeza de que eu seja alguém virtual
Na vida real mesmo, sem nenhuma moral, passo totalmente despercebido pelas pessoas
Fico me questionando se devo fazer algo para ser notado, porque de fato eu gostaria
Não de exibir o que sei, mas de compartilhar o que não sei para descobrir o que alguém inventaria

Assim eu me faria, de momentos oportunos de felicidade que me encheriam o peito de orgulho
Permitindo a quem pudesse interessar, um profundo mergulho na sabedoria
Ah como eu queria! Trocar ideias na velocidade da luz, ter uma mulher que fizesse jus
Ao meu amor entender sem ter rancor e ainda por cima morar numa casa com a vista do cristo redentor.

Por um outro lado a não notoriedade da minha presença acaba me dando espaço
Posso andar descalço pelas redondezas, ninguém me importuna ou me tem estranheza
Não sou alteza. Sou zagal, jovem forte e vigoroso, que não se abala por pouca coisa
Busca apenas a receita de uma boa refeição para agradar a si e uma futura paixão

A esperança não deixa de existir, alias, ela jamais teve um antônimo
E mesmo querendo ser São Jerônimo, não cansarei de traduzir
O que em minha mente vem cada dia existir

Mesmo tudo aparentando ser triste, apagado e quase invisível
Frequenciadores me sintonizarão e não serão pelas dores, mas sim por amores de uma mesma visão
Tudo transforma-se em verde-limão ou num azul-turquesa ou num vermelho-putão, que beleza!
Apenas com três coisas, criam se tantas outras. Pensamento, linguagem e escrita.
Mas o que me irrita é não ter uma sequer visita.
Maldita solidão, me floreia com tanta inspiração e me limita ao meu próprio mundão.

Porém eu gosto de desafios e se eu desço ao fundo de um vale
É porque quero conhecer de perto o que eu vejo de cima
Pois é para lá que sempre retorno, com grandes verdades e algumas rimas
Não deixo que a idade me limite no conhecimento, pois é aprendendo que eu sei o que é errar
E se erro é por um motivo óbvio. Eu também quero amar.

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