quinta-feira, 23 de abril de 2015

Formigamentos

Um dia qualquer
Andei como quem nada quer
A um passo de amar um próximo
Mas no compasso de andar no máximo
Da ignorância pela ganância
Da estupidez sem sensatez
Fiquei enfurecido e fui cruel
Deixei parte de mim e fui infiel
Memória, pensamento e ação
Contrariado pela emoção fui leviano
E naquele instante de repente
Não me senti como gente
Nas análises e reflexões do momento
Um cimento teria sido mais concreto do que eu
Abalado pela pequenez de um sentimento meu
Condenei um condenado
Seu corpo não mais reside
Sua vida não mais existe
Fiquei consolado pela vingança
De ter assassinado um comparsa meu
Na graça da disfarça
Não consegui esconder
Minha própria esguia farsa
De ser quem sou eu
Bem no fundo de quem fui
Até o raso de quem sou
Hoje um vazio permanece
Totalmente preenchido com nada
E sem ancoragem alguma me desfaleço
E de tão ruim pelo que fiz
As ruínas são meu presente
Serão eternas, pois carrego um infeliz
Que matou uma formiga por ter matado
Seu pé de Litchi Chinensis


quarta-feira, 18 de março de 2015

Entregue-se

Já faz um dia de um ano-luz
Que tento escrever o que conduz
A minha vontade eterna
Em dizer porque tudo me seduz

Eu sou, tu és, nós somos
Feitos para os outros, somos um
Juntos sem separação
Com isso mostrarei ao mundo minha convicção

Sobre a excelência de um amar
Pela perseverança de um olhar
Apenas para ilustrar como vejo o essencial
Pelo amor ou pelo ódio, o sentimento universal

Que sazonalmente cria e recria a dúvida
Pela interpretação também mental
Na seguinte indagação filosofal
Você me ama igual?

O por que sobre o porque
Obviamente ilude a mente
Mas dá asas a imaginação da razão
Com a mirabolante argumentação

Tenho a resposta para tal questão
Para saber sobre isso tudo
Nada menos justo então
Que você deixe eu conquistar teu coração

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Passarinhos Verdes Fritos

Apenas para ti lembrar
Não que eu me esqueça
Mas as vezes esqueço de comentar
Por isso quando lembro trato logo de expressar

Que passarinhos alegres estão por aí, a sobrevoar
E sábio é aquele que interpreta
O seu doce assobiar

E tratando-se de dias melancólicos
Que quase nos faz chorar
Um simples cantarolar 
Faz com que o meu córtex eólico
Trate logo de dissipar
Todo pensamento que jamais irei guardar